Atriz, dramaturga e multiartista, Denise Stoklos (1950, Irati, Paraná) é criadora do chamado "Teatro Essencial" e uma das artistas brasileiras que mais levou o teatro brasileiro para fora do país, apresentando-se em 33 países em mais de 7 idiomas. Nas palavras da própria autora, a definição conceitual deste teatro é:
"Um teatro que tem o mínimo possível de gestos, movimentos, palavras, guarda-roupa, cenário, assessórios e efeitos mas que contém o máximo de poder dramático" (STOKLOS, 1993, p.4)
Há mais de cinco décadas praticamente sozinha no palco, Stoklos revela-se única por várias razões, desde sua auto-afirmação enquanto atriz brasileira no exterior até sua força estético-política de uma mulher que optou por inconformismo declarado e consciente e que não se rendeu à teatralidades fáceis. Especializou-se em mímica na década de 70 na Inglaterra e desde então sua pesquisa teatral voltou-se para o estudo detalhado do corpo resultando numa linguagem que sublinha a potência da presença física do ator em cena.
Segundo Stoklos ela sempre quis "trocar a fantasia da composição teatral pela presença viva do ator". Assim pontuou em manifesto publicado em 1987 onde delineia as características da sua proposta artística:
"Quero o palco nu [...] Com raiva conclamo fim de excesso. A pirotecnia mente. Quero sinceridade. No lixo o broche. No palco o peito" (STOKLOS, 1987, p.5)
Com essa e tantas outras reflexões pungentes, o que Stoklos comprova é que teatro se faz com o que se tem: corpo, voz e intuição. E aproveitando o máximo que isso pode oferecer. Segundo o artigo "O Teatro Essencial sob uma perspectiva minimalista", de Davi Giordano, “o ator se torna encenador de si mesmo e traz para o trabalho a luz da sua auto-direção. Isto permite ao artista-criador possuir de início um controle rígido sobre o que planeja ser criado.” (GIORDANO, 2011, p.2)
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